Tiraram tudo de mim
Mas escondi como se esconde o sol a minha poesia
E nas noites isolada ela se queimava em mim
Queimava ao ponto de sair textos prontos com métrica e sentidos que só se moldava em mim…
Minha poesia era um camaleão mudava o tempo todo.
De tanto mudar e se esconder os dias em hiatos eram como dias no escuro ou dias sem palavras que me tocavam
E nem se quer tinha uma palavra que fosse trazer algum sentido palpável para criar só mais uma frase de alívio, e eu mais vez acompanhava esse desespero de esconder a única que me restava e que ninguém podia tirar, porque estava em mim.
Estava no meu sangue e era um organismo unicelular que contaminava tudo que não era poesia.
Um certo dia os poemas ganharam vida própria e eu fiz o manuseio da sua transformação resiliente
Digo e afirmo com todas as palavras que forem alcançável a mim que não tiraram a única coisa que restava dentro do meu mais secreto eu.
Digo mais uma vez que concebi a liberdade que era um direito, até porque a poesia andava com às própria perna e não era eu que as conduzia e sim o que intermediava.
Lente cega
Tentei captar pela câmera uma neblina de outono da quarta feira chuvosa. E percebi que estava montado para não ter medo.
Me perguntei qual era a cerne de tanto medo camuflado?…
Bom, tinha o medo que minha inteligência fosse confundida com uma arma. Sim isso podia acontecer enquanto saia de casa correndo para não perder o ônibus. O que me fuzilaria se não fosse o dia certo para correr
Também havia o medo de estar dormindo enquanto a casa era invadida novamente por grandes corujas olhuda de farda…
Tinha aquele outro medo, que era se pego sentindo outro medo que me tremeria diante da lente cega causando a sutil suspeita de estar com frio. E eu não estava com frio!
Também havia o medo de não estar vestido corretamente para uma abordagem do dia a dia que iria questionar tudo que vinha com o peso de ser quem sou
Havia tantos medos?! Também havia o medo de não conseguir provar através de fato que a galinha podia sim atravessar a rua sozinha
A galinha era potente diante de vários medos que gerava a simbiose branca e frágil que viria de tantos outros medos histórico.
Eram medos histórico da historia
Parei pra pensar na galinha e ouvi fogos de artifício, sequencialmente vi uma correria e logo o deboche que calou o canto do músico Turdus rufiventris que se deteriorou na pólvora dos pavões.
Olhos estacionado
Olhei bem devagarinho para o reflexo na água do asfalto
Tão devagarinho que cogitei ouvir o meu silêncio,
Mas não ouvi nada, só vi a mim sem a minha antiga miopia e pouco a pouco fui me olhando e me acostumando com aquela imagem
– Esse sou eu?!
A descoberta
Fui me descobrindo em cada desastre transitório que vivi
Descobri a fusão que existia no meu nome que entrelaçava a consoante com o sonido
Descobri também o meu rosto infantil em um rosto adulto
Redescobri os medo esquecido pelo tempo e entendi que eram os mesmo medo remodelado
Toquei numa antiga angútia estagnada no silêncio
Caminhei em momentos contados de felicidade que me flutuou em nostálgicas vivências transcrita à luz que fluía nos olhos que olhava através do espelho
Solucei dores que vinha do medo de dias melhores
E me descobri em mim, olhando profundamente no espelho, onde vi
todas às imperfeições da minha ambivalência que caminhava de um extremo a outro sem se perde.
Fusão dos rios
Há rios que nascem em mim e que alaga todas às minhas marcas
Com peixes que movimenta o fundo rasgando o meu próprio naufrágio
Há também às nascentes que brotam das minhas estrias e que repara toda a culpa que cultivei entre elas e que sobe de acordo com a rotação da lua de uma noite mística e cheia.
Há o sol que aquece as águas e que tranquiliza a minha dor em êxtase sublime de calor
Calor que toca a pele, perfura a água e incêndeia o vívido do escuro em nítidas variações de luz
Há também às correntes que carregam corpos perdido nela.
Girassol
As vezes me pego repetindo a mesma história de amor, o que não é verdade.
Sei disso porque olho em minha volta e encontro os meus sentimentos no mesmo lugar e instantâneamente um alívio sopra em meu ouvido,
não um alívio qualquer, mas aquele que me tranquiliza a alma…
Posso me inspira também em um amor tranquilo sem altos e baixos
Posso me inspira também sozinho sem ter um outro como amor
E não é o mesmo amor confuso que me fecha em amarras sufocantes de dias nublados
É aquele outro amor que não só diz, mas que demonstra com pequenas coisas correspondente ao girassol apagado.
Tem dias que tudo se apaga inclusive as luzes das emoções e eu me afogo dentro de dias nublados
Mas tem dias que eu me resgato do mais profundo e nocivo eu, o que instantâneamente me trás o instante-já de coisas que também são boas
E de todas as ruínas que ruí me jogo com todo o medo do mundo nos planos que arquitetamos para um domingo de strogonoff a beijos que me tira o tempo e o fôlego do que é viver confiando.
O antídoto
Já faz nove meses que seu cheiro se deteriorou de mim
Que o som da sua voz não estala em eco nos meus ouvidos
Que suas correções ambíguas não me flagelam
Que seu toque não me toca, e eu estou bem sem romantizar a confusão em que meus sentimentos se encontrava com uma simples troca de palavras.
Eu estou bem a maior parte do tempo o que de fato não acontecia em anos e isso não foi o tempo propriamente dito, foram às escolhas certa que fiz.
Entretanto o recomeço que me foi dado quase sem escolha se apresentou como uma consequência nas chamadas loucuras da vida e digo pra mim mesmo da forma mais crua, digo sem rodeios que eu sou o meu próprio antídoto das coisas que tive que recomeçar.
Histórias de carnaval
Não é uma história de amor. É algo tão estrangeirado em seu estado límpido e migrante que nem sei o que é .
O que encontrei é tão indescritível que ao contar sei que perderei cada momento em palavras transcrita pela minha ótica míope, mas sei que isso esta gravado aqui em minha mente holística.
O primeiro fato se inicia com um abraço e uma frase de dois refugiado do medo – “você é o mais lindo aqui”. Meu silencio se transforma em afeto e não era sobre amor, era sobre um elogio.
Já o segundo fato se inicia com pequenos beijo sem medo de dois andrógino. Sinto que a multidão se perde entre o balé alucinogénio de dois lábios estranhos. A metamorfose se faz e eu amo o momento, a experiência, a troca sem fronteira, amo caminhar sobre a minha liberdade e expor de forma corrigível aos olhos ambíguos.
O terceiro fato segue a mesma cronológica dos outros dois e se inicia com uma conversa de histórias opostas, dores totalmente diferente, de lutas antiga que caminham entre o mesmo asfalto. Houve o reconhecimento. Me reconheço em um entranho onde o estranho se reconhece em mim e formasse o pacto de compreensão.
O penúltimo fato se permeia em minha mente como duas moscas tontas. É algo que nem elas ousaria nomear, onde os olhos se perdem um do outro com a partida de dois imigrantes que nem sabe o que de fato aconteceu.
O primeiro e último fato começa assim ou melhor recomeça
Quando o sol nasce
Se instalou o leve e nocivo sentimento de desgostar
E já não gosto de você!
Não gosto da sua insegurança que pisoteia a minha segurança
Não gosto das suas investigações direcionada aos meus erros
Não gosto de perder noites em claro com medo de te perder quando nem o tenho
Não gosto de abdicar das minhas condições em nome das suas
Nao gosto de me anular pra voce existir e nem de ter você em minha mente como uma varejeira tonta
Não gosto quando o seu sentimento retira o meu valor e minha autoestima
Não gosto quando me faz questionar a minha inteligência para se auto afirmar inteligente
Nao gosto de sentir o que sinto após o vendaval de você sobre mim…
Se instalou em mim o sentimento de desgostar e já não gosto de você:
Seu beijo contamina o meu ar
Seu toque? Não destoque porque eu já não gosto de você.
Já não gosto de estar em queda esperando o chão ou das incertezas que brota como daninheza em minha massa encefálica…
Enfim se instalou em mim o desejo de querer a mim e não à você
A constatação da saudade
Atravessei montanhas onde teoricamente estava certo que na busca encontraria o amor que iria me valer ilhas e continentes que transcederia em outras vidas futuras.
Segui seguidamente o rastro do que causava aquele estranhamento na barriga que subia por minha corrente sanguínea e escapava pelos poros de minha pele gélida é opaca.
Nas nuances da vida, hora ou outra eu o encontrava, mas logo escapava de minhas mãos o “algo” absoleto de inúmeros significado com a mais perfeita narrativa ficcionista, seria o amor uma ficção?
A pergunta se dissolvia entre meus dedos e escapava de mim mais uma vez
Contudo já não era sobre amor que obesessivamente falava era sobre saudade